
E ela no cansaço do dia ... fechou os olhos por um segundo ...
Segundo provavelmente o mais intenso de sua vida ... na cabeça só tinha uma voz ... essa voz lentamente se convertia em luzes ... luzes tão bonitas ... encantava até o mais profundo de seu ser..
Então ela sonhava acordada ... vivia no sonho ... e sonhava na vida ... tornava o não real em apenas um sonho estranho ... e seus sonhos ... sua vida real ...
E vivia dos minutos em que podia fechar os olhos espertos, e descansar em sua vida verdadeiramente feliz ...Lá podia descansar nos braços quentinhos do seu coração ...
vê-lo sorrir tão lindamente para ela, brincar por entre as tardes...
E aquela era realmente a sua vida ... estava em teu ser viver sonhando daquela forma ... e era tão feliz ... que os olhos pareciam estar sempre cheio de água ... o que na verdade era apenas o brilho feliz que aquela presença amável a oferecia.
E tinham sua morada encantada, de uma janela poderiam ver as folhas caindo ... as folhas já amareladas e secas pelo tempo... o ar era tão leve ... não feria os pulmões a ser respirado... e se falava a boca deixava o ar mais aquecido, chocando a quentura das palavras, com o arzinho frio ... As mãos pequeninas, acobertadas pela lã que aquecia dos dedos de ambos entrelaçados. E assim poderiam viver eternamente, e lutar para continuar na realidade que queriam, no fogão, a chaleira gritava avisando que estar quente o suficiente, a fumaçinha avisava que o chá já estava pronto, então as duas xícaras se encontravam sobre a mesa, tão branquinhas e suavemente entalhadas, em um desenho agradável de se ficar observando, pequeninas flores de laranjeira, e o cheiro do amar de ambas as almas se entrelaçava ao perfume do chá que queimava ambas as bocas que se encontravam, os olhos unidos no ocultar da visão, e assim passavam a tarde toda, compartilhando os mais sensíveis toques, sorrisos e carinhos doces ...
Era como se vivessem eternamente naquele minúsculo segundo, que era tão esperado pelo real que se passava por sonho, e o sonho que implorava para ser real.
Então ela lentamente abria os olhos chorosos, por ter passado mais aquele instantezinho dos sonhos, retornando assim sem querer encarar as coisas reais e verdadeiras, esfregava preguiçosamente os olhos espertos, e mais uma vez se esticava, na mente não pensava outra coisa se não a espera do dia seguinte, o momento em que por direto teria o seu segundinho de sonhos reais, via coisa negras, rostos deformados pela falsa simpatia, dentes que pareciam estraçalhar desejos, bocas que amaldiçoavam e mãos agressoras, mas ainda sim, os lábios sorriam, pois já tinha o seu ponto de luz reluzindo dentro de si, e mesmo com muitas dificuldades, ela programava sua mente, para exibir apenas a representação do segundo feliz.
A fragrância misteriosa do beijo entre a realidade dos sonhos ? Ou mero jogo entre a mente e o coração.
[...] , e porque ela acreditava, eles existiam"
Hachi.
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